domingo, fevereiro 12, 2006

O ar mudou...


Chega pelo respiradouro que une este bunker ao resto do mundo. O ar traz uma cor diferente, diz “cheguei, consegues ver-me, sentir-me?”, e é como uma pequena ebulição do sangue. O ar está diferente, traz um gérmen de calor que se insinua lá no fundo. Há sol e sombras, cheiro a relva, quase maresia.
Será que de tanto querer imagino este caminho entre as arvores, aspiro por frescura em pleno Inverno?

As minhas tulipas rebentaram. Todas as manhãs as embalo, as amadureço no olhar, uma espera tranquila enquanto bebo o café da manhã, na varanda. Alimentar os gatos, cheiro a café, sumo de laranja, olhar Ferragudo do outro lado, a primeira conversa com as filhas antes da escola, gestos com que me contruo.

Jardins que cuido, e por vezes descuido, com carreiros suaves onde apenas soa a gravilha debaixo dos pés, a relva fresca e picante nos pés descalços, com arbustos densos, indomáveis, sol e sombra., vozes, gestos, jogos florais.

1 Comments:

Blogger Fokas said...

A arte de jardinar é um "estado da alma" já dizia a Yvette Centeno. O Lewis Carroll quando escreveu o sua "Alice no país das maravilhas" já se tinha conta disso.
Tu andas a criar outros jardins no Al-Andaluz e fazes muito bem.
A Rosa, a verdadeira não é para guardar! Deixa alguns espinhos, aos mais inocentes mas morre quase instantanteamente quando não a sabemos tratar!
Pra semana escrevo-te de Toledo!

10:08 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home