quinta-feira, abril 20, 2006

Aguarela


Não me interessa de que cor vai nascer o dia.

Vou estendê-lo à minha frente como um pano cru, uma tela por pintar. Com as minhas melhores tintas, em traços rápidos e limpos vou banhá-lo de azul, depois vermelho, umas pitadas de amarelo cintilante, um ou outro castanho que lhe dê alguma textura e peso.

A caminho do mar dos corsários, de calção e jangada, não me vou esquecer da música, do vinho, do teu chapéu preferido, do caderno, do balde, dos castelos na areia, de guardar o sal na pele.

Tal como na aguarela, os dias de mar pintam-se rapidamente, certeiros mesmo até na incerteza.

5 Comments:

Blogger poca said...

e tal como na aguarela da vida... as emoções vivem-se em cadeia...

4:51 da tarde  
Blogger Ritinha said...

olá... está muito bonito, o texto... tem a leveza desses "dias de mar" de que falas... gostei muito!

Beijinhos

6:49 da tarde  
Blogger Lua said...

mmm que gostoso de ler.
muito bom.

9:41 da tarde  
Blogger Elsa Gonçalves said...

de que cor é a cor??

10:22 da tarde  
Blogger joão said...

poca,


é isso mesmo. onda após onda como o mar de sophia. por vezes feitas de coisas tão simples. bem vinda à aguarela.

ritinha,

é bom saber que se pode escrever um dia de praia. um dia de sol no peito, castelos de areia, amigos. é essa a magia da escrita, por vezes difícil de dizer. obrigado.

lua,

bom que foi gostoso. bom mesmo.


maria,

cor é o sabor a caminho do mar: verde.

ondas frias feitas espuma: azul

a concha de vieira: vermelho.

a pegada na areia: amarelo.

o horizonte do mar: lilás.

o chapéu de abas: ocre.

o sabor da pele: sal.

o riso, o choro, o canto: sangue.

o ar da noite: branco.

o olhar furtivo: negro.

o farol: luz.

cor é da cor da côr que cheira e sabe a côr.

12:27 da manhã  

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