quinta-feira, abril 06, 2006

O tempo dos ciganos


A mim não me interessa nada como o mundo se organiza: interessa-me o modo como me estou organizando. Páro a escutar que chove; ofereço o olhar a cada entardecer e sou feliz, como ontem fui, ao aprender que as flores da cerejeira alcançam o máximo da sua brancura um instante antes de cair e morrer.
Sou um poeta. Um fulano qualquer que caminha ligeiramente levantado da terra e que, de vez em quando, cai, estatelando os tacões e enchendo-se de infelicidade.


Tonino Guerra

3 Comments:

Blogger poca said...

boas... gostei da citação... mas pensei que fosse tua!

2:08 da manhã  
Blogger poca said...

fica-me a imagem da morte após o auge... e do estatelado no chão...
marcam-me as duas!

2:09 da manhã  
Blogger joão said...

Não fui eu...tenho pena, mas sem tanto génio. Se gostaste tens livros publicados na assirio&alvim.
mas foi também um dos argumentistas de fellini.

por mim, a maneira como eu vejo esta imagem é mais como uma parábola da vida. voa-se e por vezes cai-se. mas entretanto voamos.

mas é mesmo assim, a forma como cada um vê o que lê é também uma maneira de fazer reviver o que está escrito, diversamente. muitas e diferentes histórias ou sentimentos, ou imagens, a partir da mesma história.

5:58 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home