O mar da minha rua

Gosto deste mar, bem no fim da minha rua.
De tarde, desço até à praia pelo caminho da falésia, aquele que tem chorões e piteiras, ao som das cigarras. Quando sinto o primeiro vento no cabelo sei que já me viste, sei que estás aí mesmo sem te ver. Porque o mar é o mesmo, de qualquer parte que o olhemos, o teu mar também é este que tenho a meus pés, onde mergulho. Reconforta-me saber que partilhamos nem que seja o mar.
Hoje fui surpreendido pelos jacarandás, o ar é quente e lilás. Sei que também pintam a tua cidade, conheço essa irmandade misteriosa que desperta sem sinal combinado. Vão encher Junho de flores, sei, vais podes vê-las nas avenidas, nos jardins.
Dia após dia deixo o corpo na praia.
Uma voz lilás.
Como um farol, alguma coisa que te guie os passos.
1 Comments:
um bonito quadro e um excelente texto! como sempre, vou ficar por aqui um pouco a ler...
beijinhos
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