segunda-feira, maio 15, 2006

O mar da minha rua



Gosto deste mar, bem no fim da minha rua.

De tarde, desço até à praia pelo caminho da falésia, aquele que tem chorões e piteiras, ao som das cigarras. Quando sinto o primeiro vento no cabelo sei que já me viste, sei que estás aí mesmo sem te ver. Porque o mar é o mesmo, de qualquer parte que o olhemos, o teu mar também é este que tenho a meus pés, onde mergulho. Reconforta-me saber que partilhamos nem que seja o mar.

Hoje fui surpreendido pelos jacarandás, o ar é quente e lilás. Sei que também pintam a tua cidade, conheço essa irmandade misteriosa que desperta sem sinal combinado. Vão encher Junho de flores, sei, vais podes vê-las nas avenidas, nos jardins.
Dia após dia deixo o corpo na praia.
Uma voz lilás.
Como um farol, alguma coisa que te guie os passos.

1 Comments:

Blogger Ritinha said...

um bonito quadro e um excelente texto! como sempre, vou ficar por aqui um pouco a ler...

beijinhos

7:44 da tarde  

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