quinta-feira, maio 11, 2006

Quando chegares


Quase desenho o contorno da tua voz na espuma, no som fundo das ondas. Algo que nasce do mais abissal e se eleva, invade a terra como o cheiro da madressilva de noite. Eleva-se por cima do mar.

Quase vejo o que podias ser tu, uma imagem de sombras que emerge da rebentação e caminha terra adentro. Trazes asas no cabelo, ganhas corpo e pele, anjo que se faz carne. O meu desejo azul.

Quase sinto o tempo que me fazes esperar, doce malícia. Engano a ausência, a cada sete ondas repito a canção que traz os amantes perdidos no mar. Tenho a certeza dos loucos, montei casa na primeira linha de terra.

E quando chegares, hei-de ser o primeiro a ver. Espero-te.

1 Comments:

Blogger Elsa Gonçalves said...

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3:34 da tarde  

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