Mares

Apenas isto.
A vibração da areia debaixo do corpo nu, deitado com os braços em cruz, são passos, os teus talvez, faço força para não abrir os olhos e revelar o mistério. Se te aproximas ou afastas, meço a distância do som sem som, das ondas que deixas na praia ao andar.
Andar sobre a linha da maré, arrastar os pés contra o mar, contra o ar quente nos cabelos. A canção do peito em forma de sal e espuma, o gosto animal, o novo mundo. A vontade de nunca parar, estou sozinho contigo, esperam-nos noutro lado, e eu espero que esse lugar seja bem longe, para lá do equador.
Os cabelos que num ultimo momento me tocaram o pescoço, nem sei se dormias, a trinta mil pés de altitude o oxigénio é rarefeito, mas nem assim me faltou o ar, respirei o lento mover do peito, à distância em que da pele se sente apenas o calor. Espelho contra espelho, sobre o oceano. Tão curto.
2 Comments:
Pois é...passar uma tarde em Itapoã...
Continuas maravilhado a cantar as palavras que como grãos de areia te escorrem lentamente, naquele tempo curto do passeio entre o molhe e praia dos faróis...
Como é bom saber tocar um instrumento!
Não exactamente itapoã, mas nem dez kilómeros de distância...do equador...do cruzeiro do sul...aquele abraço
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