segunda-feira, janeiro 30, 2006

Vê-se neve da minha janela

Ontem nevou em Lisboa, diz a Maria.
Momentos antes, enquanto falávamos de andanças por Salamanca, mostrou-me o seu blog. Assim como quem desenrola uma ideia da conversa, fios soltos, coelhos adormecidos na cartola.

Eu nem sei se quero manter um blog. Custa-me imaginá-lo como algo que vai crescendo, que vou ter que alimentar como os meus gatos, que tem contornos assim ou assado, se é melhor escrever num caderno e guardar o papel no bolso...enfim...

Sei, sim, que gosto de escrever, o que provávelmente me exclui do clube de escritores. Tal como gostar de cozinhar me exclui do clube dos cozinheiros. É este delicioso diletantismo que me alicia, escrever sem me obrigar, cozinhar sem ter de alimentar uma família ( que tenho de alimentar, mas isso é outra história...)

Hoje há neve também em Monchique.
Vejo-a da minha janela, mais habituada a estiagens.
Há sol e neve que se vai diluindo no ar como um perfume branco.

Sentei-me ao teclado, mostrei a senha ao gnomo que vive dentro do computador e como por magia sou dono de um blog...
Nem estou seguro que consiga voltar a postar...

Mas enquanto a neve brilha ao sol dos algarves, deixo o primeira pegada.